segunda-feira, 25 de fevereiro de 2013

O cristão e a EUTANÁSIA


Embora possa parecer que a tecnologia moderna até certo ponto criou o dilema da eutanásia, a verdade é

que muitas civilizações antigas praticavam tanto a eutanásia ativa quanto a passiva, principalmente nos

 doentes, nos recém-nascidos defeituosos e nos idosos. As filosofias da Grécia e de Roma idealizavam o suicídio como uma forma nobre de morrer. Até mesmo o assassinato não era condenado em todas as

 sociedades antigas, e muitas vezes os doentes eram abandonados para morrer ou para se virarem

 sozinhos. Aliás, na época do Novo Testamento a sociedade romana normalmente  valorizava o ser humano somente conforme sua posição social, nacionalidade, etc. Em contraste, quando esteve no mundo Jesus Cristo demonstrou, de muitas maneiras, um padrão de vida bem diferente dos valores sociais da época. Ele vivia em obediência à Palavra de Deus, que ensina que o ser humano foi criado conforme a imagem de Deus. A Palavra de Deus também contém leis que condenam o assassinato (Gênesis 1.26; 9.6; Êxodo 20.13). Jesus confirmou a validade dos ensinos do Antigo Testamento sobre a questão do assassinato e ainda levou esse princípio mais adiante (Mateus 5.21-22). Ele não só se opunha ao diabo que mata, mas também destruía suas obras que matam. Os Evangelhos mostram Jesus curando, até mesmo das piores doenças, muitos homens e mulheres das mais baixas condições sociais.

Ao descrever o Dia do Juízo, a Bíblia diz que o Rei Jesus dirá para as pessoas que vivem conforme Deus acha certo:

"Venham, vocês que são abençoados pelo meu Pai! Venham e recebam o Reino que, desde a criação do mundo, foi preparado pelo meu Pai. Pois eu estava com fome, e vocês me deram comida; estava com sede, e me deram água. Era estrangeiro, e me receberam nas suas casas. Estava sem roupa, e me vestiram; estava doente, e cuidaram de mim. Estava na prisão, e foram me visitar". (Mateus 25.34-36 BLH)

Essas pessoas de bom coração, sem entender o que Jesus queria dizer, perguntam:

"Senhor, quando foi que o vimos com fome e lhe demos comida ou com sede e lhe demos água? Quando foi que vimos o senhor como estrangeiro e o recebemos nas nossas casas ou sem roupa e o vestimos? Quando foi que vimos o senhor doente ou na prisão e fomos visitá-lo?" (Mateus 25.37-39 BLH)

Essa revelação é importante para quem quer agradar a Deus. Em resposta, Jesus mostra o que acontece quando obedecemos a essa revelação: "Eu afirmo que, quando vocês fizeram isso ao mais humilde dos meus irmãos, de fato foi a mim que fizeram". (Mateus 25.40 BLH)

Os cristãos do passado e a eutanásia

Jesus fez essa revelação importante para cristãos que viviam numa época em que a sociedade romana aceitava a eutanásia e o aborto. Nos primeiros três séculos depois da morte e ressurreição do Senhor Jesus, os cristãos praticavam esse ensino sem hesitação. Os primeiros cristãos não seguiam os valores "éticos" das sociedades em que viviam. Eles seguiam os valores éticos do Reino de Deus. Henry Sigerist, respeitado historiador de medicina da Universidade Johns Hopkins, descreve a transformação que o Cristianismo produziu então:

Para os gregos do quinto século antes de Cristo e para [as gerações] que vieram depois, a saúde era considerada o bem mais elevado… O homem doente, o aleijado ou o fraco só poderiam esperar consideração da sociedade enquanto seu estado de saúde tivesse condições de melhorar. A melhor maneira de proceder para com os fracos era destruí-los, o que era feito com frequência…

Coube ao Cristianismo a responsabilidade de introduzir a mudança mais revolucionária e decisiva na atitude da sociedade para com os doentes. O Cristianismo veio ao mundo como uma religião de cura… O [Evangelho] tinha como alvo os pobres, os doentes e os aflitos e lhes prometia cura e restauração, tanto espiritual quanto física. O próprio Cristo não havia realizado curas?

Essa nova atitude inspirou os ensinamentos e atividades do Cristianismo no Império Romano. Os primeiros líderes cristãos, inclusive Policarpo (70-160), Justino Mártir (100-165), Tertuliano (160-220) e Jerônimo (345-419), incentivavam os cristãos a cuidar dos doentes. A partir de então, os cristãos se tornaram conhecidos por sua disposição de tratar de pessoas doentes, inclusive de vítimas de pestes, que eram abandonadas pela sociedade. Os historiadores Darrel W. Amundsen e Gary B. Ferngren observam: "Os primeiros hospitais vieram a existir, no quarto século, por causa da preocupação dos cristãos com todas as pessoas, principalmente os mais necessitados, pois o ser humano tem a imagem de Deus".

A Bíblia ensina que o ser humano foi criado conforme a imagem de Deus e que Jesus morreu para salvar toda a humanidade. Esse ensino inspirou os primeiros cristãos a ter um grande respeito pelo valor e dignidade da vida humana. Eles não só cuidavam dos doentes, mas também denunciavam práticas sociais romanas como aborto, assassinato de recém-nascidos, eutanásia e suicídio. "A verdade é que nós, cristãos, não temos permissão de destruir o que foi concebido na barriga de uma mulher, pois o homicídio é proibido", assim escreveu Tertuliano no segundo século.

Além do aborto, que era muito praticado, a sociedade romana também achava normal matar crianças indesejadas ou abandoná-las a morrer expostas ao sol, chuva, noite, etc. Amundsen e Ferngren comentam: "Depois de sua legalização no quarto século, o Cristianismo aos poucos foi introduzindo importantes mudanças no clima moral do mundo romano. Começando com Constantino, os sucessivos imperadores cristãos aprovaram leis com o objetivo de proteger os recém-nascidos. Contudo, a influência mais importante não veio das leis do Império, mas dos Concílios da Igreja, que condenaram o aborto, o assassinato de recém-nascidos e o abandono deles para morrer".

Os primeiros líderes cristãos, de Justino Mártir a Agostinho de Hipona (354-430) assumiram um posicionamento igualmente forte contra a eutanásia. Agostinho afirmou: "Os cristãos não têm autoridade de cometer suicídio em circunstância alguma. É importante observarmos que em nenhuma parte da Bíblia Sagrada há mandamento ou permissão para cometer suicídio com a finalidade de garantir a imortalidade ou para evitar ou escapar de algum mal. Aliás, temos de compreender que o mandamento ‘Não matarás’ (Êxodo 20.13) proíbe matar a nós mesmos".

É evidente que Agostinho estava se referindo também à eutanásia. Por exemplo, para refutar a idéia social de que o suicídio é um meio normal de acabar com as dores e aflições do corpo, Agostinho citou passagens bíblicas sobre nossa responsabilidade de aguardar o céu com paciência (Romanos 8.24-25), e afirmou: "aguardamos ‘com paciência’, precisamente porque estamos cercados pelos males que a paciência deve tolerar até que cheguemos aonde… não mais haverá nada para tolerar".

Poucos sabem que Agostinho enfrentou uma seita cristã no Norte da África que apoiava a idéia do suicídio como uma forma de martírio voluntário. Essa seita via o suicídio como uma maneira de entrar mais rápido na presença de Deus. Essas idéias não são totalmente rejeitadas hoje. Muitos cristãos espiritualmente mal orientados nos EUA e na Europa cedem à tentação de permitir que a eutanásia seja aplicada num membro da família, sob a alegação de que o apressamento da morte os fará ficar com Deus mais rapidamente. Alguns, para não enfrentar a realidade do que estão fazendo, até citam passagens de Paulo: "A vida para mim é Cristo, e a morte é lucro".[2]

Os cristãos do passado e o sofrimento

Os filósofos da época viam o sofrimento como um mal a ser evitado a todo custo, e não é sem razão que ninguém achava anormal um doente grave cometer suicídio para fugir do sofrimento. Mas Agostinho era fiel à idéia bíblica de que a vida aqui na terra representa somente uma fase até chegarmos à eternidade, onde viveremos para sempre com Deus ou sem ele. Como usar o suicídio como solução para fugir do sofrimento humano e depois evitar na eternidade o Deus que tem autoridade de decidir o destino de nossa vida?

No caso do cristão, Jesus várias vezes avisou seus seguidores de que eles sofreriam perseguição (Mateus 5.10-12; Marcos 10.28-31; João 15.20). As cartas dos apóstolos indicavam o sofrimento físico como um meio de teste, cujo resultado final seria maturidade espiritual e capacidade de resistir melhor aos ataques do diabo (Romanos 5.1-5; Hebreus 12.7-11; Tiago 1.2-8; 5.10-11; 1 Pedro 4.12-13). Em sua carta à igreja da cidade de Corinto, Paulo descreveu seu próprio sofrimento: "O sofrimento que suportamos foi tão grande e tão duro, que já não tínhamos esperança de escapar de lá com vida. Nós nos sentíamos como condenados à morte. Mas isso aconteceu para nos ensinar a confiar não em nós mesmos e sim em Deus, que ressuscita os mortos". (1 Coríntios 1.8-9 BLH)

Paulo não se desesperava ao ponto de acolher a idéia do suicídio, porque "ainda que o nosso corpo vá se gastando, o nosso espírito vai se renovando dia a dia. E essa pequena e passageira aflição que sentimos vai nos trazer uma enorme e eterna glória, muito maior do que o sofrimento. Porque nós não fixamos a nossa atenção nas coisas que se vêem, mas nas que não se vêem. O que pode ser visto dura apenas um pouco, mas o que não pode ser visto dura para sempre". (2 Coríntios 4.16-17 BLH)

O Império Romano se desmoronou logo após a morte de Agostinho em 430, e a Europa entrou na Idade Média. Nesse período, que durou aproximadamente mil anos, houve muitas guerras e o sistema social e econômico ruiu, piorando assim as condições de saúde e sobrevivência das populações. De 541 a 767, dezesseis pestes bubônicas varreram a Europa. Em meio aos graves sofrimentos humanos, os cristãos se apoiavam na Palavra de Deus para enfrentar seus sofrimentos individuais.

Bede, líder cristão inglês desse período, escreveu vários relatos de doenças e sofrimento. Alguns relatos apresentavam pessoas dedicadas a Deus sendo sobrenaturalmente curadas por Deus, outros descreviam pessoas morrendo rapidamente ou sofrendo anos antes de morrer — mas todos entregavam o controle de suas vidas a Deus: "Por isso os que sofrem porque esta é a vontade de Deus devem, por meio das suas boas ações, confiar completamente no Criador, que sempre cumpre as suas promessas". (1 Pedro 4.19 BLH)

Para encorajar e cultivar a fidelidade a Deus no meio das circunstâncias difíceis, Bede usou o exemplo do Bispo Benedito, que sofreu uma prolongada doença terminal: "Durante três anos, Benedito aos poucos foi ficando tão paralisado que da cintura para baixo estava tudo sem vida". Apesar do longo tempo de sofrimento que sua doença lhe causou, Benedito sempre procurava "se ocupar louvando a Deus e ensinando os irmãos".

Doenças fatais dolorosas como a doença que fez o Bispo Benedito sofrer tantos anos de agonias eram comuns durante a Idade Média, por causa da falta de medicamentos e tranqüilizantes eficientes. Apesar disso, nenhum cristão procurava apressar a própria morte a fim de escapar das dores de uma doença terminal. Eles preferiam se entregar totalmente aos cuidados de Deus.

Basicamente, o pensamento depois da Reforma era esse também. Os cristãos se entregavam sempre a Jesus, não às doenças.

A eutanásia e as igrejas de hoje

Enquanto hoje muitas igrejas americanas e européias se encontram mergulhadas em idéias e práticas fora dos princípios bíblicos e até apóiam a morte para as pessoas mais oprimidas e indefesas, muitas igrejas nos países menos ricos estão vivendo uma realidade diferente: muitos milagres estão ocorrendo através da visitação do Espírito Santo. Essas igrejas são instrumento de salvação, perdão, restauração, cura e libertação e é isso mesmo que as pessoas oprimidas recebem quando lá vão. O Evangelho é inimigo da doença, não do doente, e apresenta um Jesus vivo que mata a doença, não o doente. Talvez os cristãos de países como o Brasil precisem lembrar aos cristãos dos países ricos o motivo por que Jesus veio ao mundo: destruir as obras do diabo, não destruir as pessoas que são oprimidas por ele.

O fato é que as igrejas que se abrem para um forte contato com Deus, principalmente na área da cura espiritual, física e emocional, conseguem verdadeiramente abençoar a vida das pessoas. Mas igrejas que não têm esse tipo de abertura correm o risco de acabar se abrindo para outros tipos de "solução" para o problema do sofrimento humano.

Enquanto as igrejas cristãs dos países ricos estão ocupadas tentando descobrir se o casamento homossexual e o aborto são opções bíblicas, igrejas de países pobres, com toda sua simplicidade, estão cheias de testemunhos de salvação, cura e libertação, pelo simples fato de que as congregações são encorajadas a buscar a Deus com fé e se abrir para a visitação do Espírito Santo. É fácil ver que uma fé verdadeira não tem espaço para a perspectiva do mundo que tolera a eutanásia. Muitas vezes missionários americanos e europeus voltam para seus países de origem e contam o que Deus faz no campo missionário, grandes bênçãos e milagres que raramente eles vêem na própria pátria.

Geralmente, embora reconheçam que há o momento de "partir para Jesus", cristãos mais simples e fiéis a Deus sabem que a melhor maneira de encarar o sofrimento é buscando a Deus com todas as forças e tomando posse das promessas da Palavra de Deus. A característica mais marcante de muitos cristãos em países pobres, principalmente onde há muita perseguição, é forte confiança no poder de Deus para restaurar a saúde e à vezes desconfiança dos médicos. Esse tipo de desconfiança é saudável num aspecto: mantém o cristão afastado dos problemas e dilemas do aborto e eutanásia que atingem os médicos. Ainda que ocorram muitos milagres entre os cristãos de países menos desenvolvidos, a abertura ao poder sobrenatural do Espírito Santo não está limitada a eles. Cristãos de diferentes denominações, às vezes das igrejas mais tradicionais nos países ricos, experimentam visitações incríveis de Deus. Mas essas visitações têm sido muito mais freqüentes nos países onde há mais perseguição ao Evangelho.

A verdade é que os cristãos fiéis à Palavra de Deus têm dificuldade de ver a morte como um meio de fugir do sofrimento. Eles vêem a morte como o "último inimigo", não como uma amiga. A morte é conseqüência do pecado e o cristão deve resisti-la, não abraçá-la. O pastor presbiteriano Paul Fowler escreve com relação ao aborto: "Os temas da vida e da morte aparecem em toda a Bíblia como alvos totalmente contrários. Deus é o Criador da vida. A morte é a perda da vida que Deus criou".

Quem tem o direito de tirar a vida inocente?

Ainda que não tivesse promessa alguma na Palavra de Deus para nos ajudar no sofrimento, ainda assim o cristão fiel respeitaria e honraria o que Deus diz:

"Não mate". (Êxodo 20:13 BLH)

"Maldito seja aquele que matar outro à traição! Maldito aquele que receber dinheiro para matar uma pessoa inocente!¼" (Deuteronômio 27:24,25 BLH)

"Ele [o homem perverso] se esconde e mata pessoas inocentes". (Salmo 10:8 BLH)

"Existem sete coisas que o Deus Eterno detesta e que não pode tolerar: mãos que matam gente inocente" (Provérbios 6:16-18 BLH)

Além do testemunho da Palavra de Deus, há também o testemunho de cristãos sinceros. O Rev. G. Campbell Morgan (1863-1945) comentou sobre o mandamento de não matar. Ele diz:

QUEM TEM O DIREITO DE TERMINAR A VIDA?

Deus é soberano sobre a vida de cada pessoa. Esse é o alicerce mais importante da estrutura social. A Palavra de Deus mostra claramente que a vida humana é sagrada. Deus a criou de maneira misteriosa e magnífica em seu começo e possibilidade, completamente além do controle da compreensão dos seres humanos…

A revelação que Deus fez ao homem prova que ele tem um propósito para toda pessoa e para a raça humana… Terminar uma só vida é colocar a inteligência e sabedoria do homem acima da sabedoria de Deus.

As questões da morte são tão imensas que não há pecado contra a humanidade e contra Deus que seja tão grave quanto o pecado de tirar a vida. Esse breve mandamento declara a primeira lei fundamental acerca da vida humana, tão clara e vital que exige atenção máxima.

A vida é um presente que Deus deu… Esse mandamento, pois, com palavras muito simples, mas de maneira severa, envolve a vida de cada ser humano com uma gloriosa Lei. Dá somente a Deus o direito de terminar a vida que ele deu.[3]

Perguntaram ao evangelista Billy Graham: "Por que tantas pessoas são contra a idéia de ajudar no suicídio de uma pessoa que tem uma doença crônica e está sem esperança de recuperação? Parece uma boa opção, e eu mesmo não ia querer continuar vivendo se estivesse nessa situação". Graham, então com 81 anos de idade, respondeu: "O motivo principal é que foi Deus quem nos deu a vida, e só Ele tem o direito de tirá-la. A vida é um presente sagrado de Deus. Não estamos aqui simplesmente por acaso. Foi Deus quem nos colocou aqui. Assim como Ele nos colocou aqui, só Ele tem a autoridade de nos levar embora, e quando tomamos essa autoridade em nossas mãos, violentamos Seus propósitos cheios de sabedoria. Não se deve destruir a vida arbitrariamente".

Agostinho disse:

Nenhuma pessoa deve infligir em si mesma morte voluntária, pois isso seria fugir dos sofrimentos do tempo presente para se atirar nos sofrimentos da eternidade Nenhuma pessoa deve acabar com a própria vida a fim de obter uma vida melhor depois da morte, pois quem se mata não terá uma vida melhor depois de morrer.

Paganismo nas igrejas

O motivo por que muitas igrejas cristãs dos países ricos estão se fechando para os mandamentos de Deus e se abrindo para idéias a favor do aborto, eutanásia e homossexualismo é a volta do paganismo. Quando pensamos na palavra pagão, o que surge na mente? Imaginamos pessoas da antiguidade que adoravam árvores? Essa noção está fora de moda. Conforme diz o Dr. Robert George, da Universidade de Princeton, o termo "pagão" agora se aplica melhor aos americanos e europeus ricos bem estudados de hoje — inclusive muitos que vão à igreja.

A definição de paganismo de George foi apresentada num encontro do Toward Tradition, um grupo que reúne judeus ortodoxos e cristãos conservadores. Ele disse que o paganismo não está confinado ao passado, onde povos primitivos ofereciam sacrifícios ao sol. Para ele, a tentação de adorar falsos deuses é permanente e constante.

A essência do paganismo é a idolatria — a adoração de deuses falsos no lugar do único Deus verdadeiro. Mas, lamentavelmente, muitos cristãos modernos caem em práticas pagãs e nem mesmo percebem, e alguns até freqüentam igrejas que realmente as promovem.

Como sabemos que os europeus e americanos se paganizaram? George diz que há um teste a prova de falhas: "Os deuses falsos exigem o sangue dos inocentes. Quando há o assassinato de pessoas inocentes e justas não é o Deus de Israel que se está adorando". Mas os deuses falsos dos pagãos modernos são ainda mais sanguinários. "Hoje", George diz, "as crianças antes do nascimento, na hora do nascimento e os recém-nascidos defeituosos são¼ sacrificados aos deuses falsos da escolha, autonomia e liberação. Eles são sacrificados em altares de aço inoxidável, por sacerdotes em roupas cirúrgicas". E os defensores da eutanásia e do suicídio com ajuda médica são seus irmãos na fé.

Em contraste, George observa, os cristãos fiéis adoram o Senhor da vida — o Deus que dá a todos os seres humanos (por mais humildes e pobres que sejam) — uma dignidade sublime". É por esse motivo que "a vida de toda pessoa inocente é de, maneira igual, inviolável sob a lei moral".

Os pagãos modernos — inclusive a maioria dos cristãos e judeus secularizados — escondem sua ideologia pagã num disfarce de honestidade e boas ações. Eles falam de compaixão, até mesmo quando desculpam seu apoio ao aborto legal e à eutanásia. Na verdade, o que eles estão adorando não é o Deus de compaixão, mas os falsos deuses que trazem morte.

É fato histórico que toda civilização que sacrifica crianças aos deuses se condena à destruição. A Bíblia descreve como até grandes impérios desabaram porque derramaram sangue inocente. Alguns anos atrás, um americano visitou uma senhora cristã na Índia e perguntou o que ele poderia fazer para ajudá-la. Ela respondeu: "Volte para os Estados Unidos e ajude a deter a matança dos bebês inocentes. Apresse-se, enquanto há tempo, ou o seu país sofrerá o juízo de Deus".

É importante que saibamos discernir o que está acontecendo nos EUA e Europa, pois devido a ensinos e práticas antibíblicas muitas igrejas americanas e européias apóiam os sacrifícios pagãos sem sentir peso na consciência.

Igreja e sociedade

É importante também compreender que nenhuma sociedade fica parada. Todas as sociedades costumam mudar de direção. Ou avançam para mais perto dos padrões que estão de acordo com os princípios estabelecidos por Deus, ou se afastam deles.

Em Mateus 5, o Senhor Jesus nos deu a missão de ser o sal da terra e a luz do mundo. É a responsabilidade de todos os cristãos influenciarem a sociedade com os princípios de Deus. Se não fizermos isso, a sociedade se afastará mais e mais dos padrões de Deus. Se deixarmos de influenciar a sociedade, há o risco de que as igrejas cristãs sejam influenciadas pelo mundo. O mundo dará o exemplo e a direção e as igrejas seguirão o mundo e seus padrões.

A outra possibilidade é que ainda que permaneçam firmes, se as igrejas deixarem de influenciar a sociedade, a sociedade aos poucos vai se afastar das igrejas. Então o mundo achará as igrejas mais estranhas em seus valores e costumes. Esse distanciamento deixará as igrejas tão isoladas socialmente quanto uma ilha solitária no meio do oceano Pacífico. Quando isso chega a acontecer, o que ocorre em seguida é que os cristãos acabam sendo chamados de extremistas, fundamentalistas ou radicais quando tentam defender valores importantes. Tal é o que vem ocorrendo com relação ao aborto, homossexualismo, eutanásia, etc.

Uma das questões mais importantes que devemos considerar é de que maneira o assassinato de pessoas inocentes, através do aborto legal e da eutanásia, pode afetar negativamente a sociedade. Deus diz: "Portanto, não profanem com crimes de sangue a terra onde vocês vivem, pois os assassinatos profanam o país. E a única maneira de se fazer a cerimônia de purificação da terra onde alguém foi morto é pela morte do assassino". (Números 35:33 BLH) Nessa passagem, Deus indica que se a sociedade não tomar medidas sérias contra o assassinato de pessoas inocentes, o derramamento desse sangue poderá abrir brechas espirituais para os demônios espalharem maldições e morte pela sociedade, inclusive elevada criminalidade e guerras. O Bispo Robson Rodovalho diz: "Ondas de homicídios, acidentes de trânsito, estupros, desempregos e outras tragédias semelhantes são ondas que têm origem em ações demoníacas".

A Igreja de Jesus Cristo conhece realidades espirituais e terrenas que precisa transmitir e aplicar na sociedade. Mas de que modo os cristãos, como igreja e indivíduos, podem realmente fazer uma diferença na sociedade em questões como o aborto e a eutanásia? Intercedendo pelas pessoas envolvidas e confrontando as forças espirituais, as leis e as tendências sociais que as favorecem: "Quando há realmente esse ministério de intercessão e confrontação, haverá evangelização. É aí que o poder do Evangelho precisa moldar, transformar e fazer a diferença da cultura".

Retirado do site chamado de Deus.

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